Poema branco
As vezes não consigo entender
Se o mundo mudou
Ou se sou eu
Que estou ultrapassado
Outras vezes não consigo dizer porque estou aqui
O que estou a fazer seguindo o nada
Outras vezes ainda olho para mim e não reconheço minha própria imagem
Banalidades e futilidades traduzem meus actos
Sinto um vazio profundo que ninguém consegue preencher…
Eu sou mais uma vitima do sensacionalismo
Sou vitima da vida ingrata e injusta
Sou adversário do mundo
Que me considera tão perigoso
Que a nossa guerra não tem tréguas,
tendo começado desde a aquele dia que o conheci
E sei que se estenderá ate a consumação de um de nós!
O engraçado é que levo quase sempre e…
Mesmo assim fingindo (ou não) coragem, levanto-me sempre.
Sou orgulhosamente guerreiro!!
Que corajosamente ou parvamente enfrenta
Seu adversário com meios actualmente rudimentares
Que a historia e o quotidiano já demonstraram ser
Raríssimas as hipóteses de vencer…
Mas eu amo meu atrevimento!
Desconfio que serei o primeiro a consumar-se.
Já tentei convence-la
Que não tinha culpa de nada!
Que se calhar nunca tive a intenção de conhece-la
E que não gostava de cá estar
Que eu não tinha culpa e que apenas tinha nascido!
E ela olhou para mim sem emitir som nenhum
E naquele olhar silencioso percebi…
Percebi o que me estava a tentar dizer…
Que eu também estava sendo ingrato
Que era por isso que comigo pelejava!
Pois houve alturas que me fez sorrir
Ou, melhor, tentou mostrar-me seu outro lado
E eu facilmente me esqueci de tais momentos.
O engraçado é que ela tem um pingo de razão!!
Mas também, conto nos dedos esses momentos.
Comparando-os com os momentos em que foi impiedosa comigo
É uma gota no oceano.
Daí a nossa titânica luta…
Mas eu garanto-vos com toda firmeza e audácia!
Enquanto me restar uma gota vermelha nas veias
Serei pastilha no sapato da vida!
Não vou facilitar nem vacilar um momento sequer!
Sei que talvez perca como os outros.
Mas haverá sempre alguém a continuar minha luta.
Eu vou viver!!
David – O taciturno